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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dissertação de Mestrado | MIARQ-FAUP 2010/2011


RESUMO

“Construção do Território e Arquitectura na Serra da Peneda. 
Padrão (Sistelo) e suas “brandas” - um caso de estudo”


O povoamento rural caracteriza-se por uma íntima relação entre os fenómenos arquitectónicos/de construção do território e os económicos e geográficos.

A Serra da Peneda, localizada no Norte de Portugal, fazendo fronteira com Espanha, caracteriza-se por peculiares regimes agro-pastoris, dos quais a existência das denominadas “brandas” é o fenómeno que mais a distingue relativamente a outras serras portuguesas.

Povoada pelo menos desde o Neolítico, de cujas antas/dólmenes são a evidência arqueológica mais importante, este espaço serrano foi ao longo dos milénios ocupado por sucessivas culturas que deixaram as suas marcas na paisagem e na conformação do território. É sobretudo a partir da época da reconquista cristã que a actual rede de povoados se começa a constituir sendo que a introdução da cultura do milho representou a verdadeira revolução na paisagem, demografia e constituição territorial na área em estudo.

Os fenómenos de ocupação sazonal do espaço verificados, e que se concretizam na constituição de “brandas”, estão intimamente relacionados com fenómenos “transumância vertical” dos rebanhos, numa primeira fase, sendo certamente após a introdução da cultura do milho que se lhes associou a função agrícola, constituindo-se assim diferentes tipos de “brandas”. Elas funcionam sempre (à imagem de outros fenómenos idênticos no Noroeste da Península Ibérica) como um complemento dos aglomerados habitacionais – aldeias – constituindo, juntamente com estes e os restantes espaços agro-silvo-pastoris, as “Unidades Territoriais” nas quais se subdivide a área em estudo.

Na “Unidade Territorial” que estudamos com mais profundidade – Padrão – criada por Carta de Foro de D. Afonso III em 1271, observamos a íntima relação entre o aglomerado habitacional, a sua implantação, e as características do relevo onde se situa. De forma a possibilitar o cultivo de regadio do milho maiz no Vale de Rio Vez foram construídos monumentais socalcos, formando anfiteatro. A “Unidade Territorial”, com centro na aldeia de Padrão, é ainda constituída pelas duas “brandas” de cultivo – Alhal e Gêmea. Comprovando a economia autárcica que caracterizava estas comunidades, Padrão possui, junto ao rio Vez, os seus núcleos de moinhos e fulão. No aglomerado, os núcleos de espigueiros implantam-se nos topos Norte e Poente, expondo-se dessa maneira ao Sol e aos Ventos dominantes, comprovando a inteligência na relação entre implantação e função.

O estudo de uma “Unidade Territorial” com mais profundidade permitiu, aí, aprofundar o estudo do edificado, de forma a comparar as habitações da aldeia – Padrão – com os das respectivas “brandas”. Em Padrão as habitações apresentam-se construídas em granito, quase na sua totalidade com dois pisos, podendo distinguir-se dois tipos fundamentais de edifícios: os que não possuem qualquer espaço exterior e os que se relacionam com o espaço público através de um pátio. Nas “brandas”, onde o edificado não surge compacto mas disperso, distinguimos diferentes tipos de construções, quase sempre associadas aos terrenos agrícolas. Em primeiro lugar as construções de carácter mais primitivo, construídas em granito e com cobertura efectuada em sistema de falsa cúpula. Em segundo lugar as denominadas “Casas de Branda”, tipo de construção de planta rectangular, dois pisos, representando estas, a redução, ao mínimo, do modelo da habitação.

De referir ainda a importância das alterações verificadas nas últimas décadas, que representam uma ruptura com os sistemas tradicionais do passado, quer no que diz respeito às estruturas agro-pastoris tradicionais, quer no que diz respeito aos modelos arquitectónicos e sistemas construtivos utilizados.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Torneio de Valdevez - Arcos de Valdevez

Escultura de José Rodrigues, evocativa do Torneio de Valdevez, ocorrido no Séc. XII e que opôs D. Afonso Henriques de Portucale e o seu primo Afonso VII de Leão e Castela.



Foto: Fernando Cerqueira Barros